A tadalafila é um dos medicamentos mais conhecidos no tratamento da disfunção erétil masculina. Vendida sob o nome comercial Cialis, a substância atua aumentando o fluxo sanguíneo no pênis, facilitando a ereção. Mas uma dúvida tem se tornado cada vez mais comum, especialmente com a popularização do fármaco: mulher pode tomar tadalafila?
Por que mulher não pode tomar Tadalafila?
A resposta, segundo médicos e agências reguladoras, é clara: a tadalafila não é indicada para mulheres. O medicamento foi desenvolvido especificamente para tratar a fisiologia do órgão sexual masculino, e não há evidências científicas suficientes de que ele tenha os mesmos efeitos ou segurança para o corpo feminino.
Apesar de algumas pessoas recorrerem ao uso da tadalafila de forma não orientada, inclusive mulheres, especialistas alertam para os riscos. O medicamento pode causar efeitos colaterais como dor de cabeça, tontura, pressão baixa, rubor facial, congestão nasal e desconforto gástrico.
Nas mulheres, a ingestão do remédio pode até causar um aumento do fluxo sanguíneo na região genital, como no clitóris, mas não há garantias de que isso se traduza em melhora no desejo ou na resposta sexual. Além disso, o medicamento não é licenciado para uso feminino no Brasil nem em outros países, como Estados Unidos ou na União Europeia.
A tadalafila pertence à classe dos inibidores da fosfodiesterase tipo 5 (PDE5). Sua função é relaxar os vasos sanguíneos, permitindo o aumento do fluxo sanguíneo em regiões específicas — no caso dos homens, no pênis. O efeito costuma começar entre 30 minutos a 1 hora após a ingestão e pode durar até 36 horas, o que fez o medicamento ficar conhecido como “a pílula do fim de semana”.
No entanto, esse mecanismo está diretamente relacionado à anatomia masculina e não garante os mesmos resultados em pessoas com corpo feminino. Além disso, o medicamento não aumenta o desejo sexual, apenas facilita uma resposta física à excitação.
Existe Tadalafila feminino?
Até agora, não há no mercado uma versão oficial do Cialis voltada ao público feminino. No entanto, o desejo de encontrar um “equivalente” para mulheres com disfunção sexual levou ao desenvolvimento de outras soluções, como a flibanserina, conhecida como o “Viagra rosa”.
A flibanserina é aprovada nos EUA para tratar o transtorno do desejo sexual hipoativo (TDSH) em mulheres na pré-menopausa. Diferente da tadalafila, esse medicamento atua nos neurotransmissores do cérebro, e não no fluxo sanguíneo, tentando estimular o desejo sexual a partir de um desequilíbrio químico.
No Brasil, o uso da flibanserina ainda é restrito, e ela só pode ser adquirida com prescrição médica.
Disfunção sexual feminina é real e tratável
Problemas com libido ou dor durante a relação são mais comuns do que se imagina. A disfunção sexual feminina (DSF) pode ter origem física, hormonal, emocional ou uma combinação desses fatores.
O tratamento envolve acompanhamento com ginecologista, endocrinologista ou terapeuta sexual. Mudanças no estilo de vida, psicoterapia, reposição hormonal e exercícios para o assoalho pélvico estão entre as alternativas indicadas.
Por mais que a automedicação seja comum, especialmente com produtos vendidos sem receita, tomar tadalafila sem orientação médica é arriscado. No caso das mulheres, o risco é ainda maior, já que o remédio não é testado ou aprovado para esse público.
Por isso, o ideal é buscar ajuda especializada. Cada corpo reage de forma diferente, e o tratamento adequado depende de diagnóstico preciso.